Em um documento com data de 10 de outubro de 2008, enviado à agência Sport Promotion, parceira da FBA na comercialização de propriedades comerciais, o presidente da entidade gestora da Série B, José Neves Filho, confirma os termos do acordo firmado com o Corinthians: R$ 5 milhões como cota, divididos em sete parcelas de R$ 714 mil.
Neves Filho ainda diz no documento que autoriza a Sport Promotion a pagar diretamente ao clube R$ 2.865.000,00, "provenientes de recursos de propriedades publicitárias". Esse valor é referente às duas parcelas que venceriam em outubro e as outras duas de novembro de 2008. As três primeiras já haviam sido quitadas.
A insatisfação do Corinthians, no entanto, ganhou vazão com outros clubes paulistas participantes da Série B de 2008, principalmente com o Bragantino, apontado pelo presidente da FBA como seu "inimigo particular", sem explicar o motivo. A gota d'água, no entanto, foi quando o Vasco foi rebaixado.
VALOR DAS COTAS EM 2008 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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*Com exceção do Corinthians, os clubes que comercializaram em seus estádios cerveja, água e refrigerante da marca ganharam as maiores cotas. Sem vender a bebida alcoolica, os times ficaram com um número intermediário, enquanto os que não tinham artigos da companhia receberam o "piso". |
Com esses dois novos "capitães", clubes menores puderam expor suas frustrações com a administração da FBA. Um dos principais pontos que gera reclamações é o pagamento de uma comissão de 30% após a captação do patrocínio da cervejaria Schincariol. Pelo acordo, a empresa pagará R$ 27 milhões por um contrato de três anos (entre 2008 e 2010).
Como o valor cobrado era acima da média de mercado, foi realizada uma reunião para que os clubes dessem o aval para o negócio. Com as assinaturas, R$ 8,1 milhões foram divididos igualmente por três agências de marketing: Green, Champs e Sport Promotion. Esta última, por ter acordo de exclusividade com a FBA, ganhou a sua parte sem nem ter participado das negociações.
Esse "presente" que a Sport Promotion recebeu, no entanto, não significa que o relacionamento da empresa com a FBA era dos melhores. O contrato entre as partes terminou no fim do ano passado, e não havia sido assinado, apesar de o presidente da entidade que fazia a gestão da Série B dizer que tinha interesse em continuar a parceria.
Segundo o Blog Negócios do Esporte do jornalista Erich Beting, no entanto, desde o ano passado a FBA já tentava diminuir a dependência da Sport Promotion na negociação de patrocínios para a Segundona. Na virada do ano, sem a renovação do contrato entre os dois, porém, o clima ficou de vez insustentável. Tanto que, agora, com a CBF capitaneando a Série B, a Sport Promotion deve assumir a venda das propriedades comerciais do torneio.